terça-feira, 26 de maio de 2009

IDADE IDEAL

(Danilo Pereira Santos)

Eu quero viver até
Os setenta anos. Dos doces zéfiros
De minha verde mocidade
Colher o cerne da alvorada,
E o que o tempo traz
E ceifa da maturidade,
A experiência basta.
O que sepulta no
Labutar dos anos
A vida que era, é, será
Dos doirados halos
Que a fronte persegue
Em reconhecer e autenticidade,
Morre no ínfimo segundo que nasce.
Por que, que é idade
Senão fissura pungente,
Vontade imprópria de quem vive?
Quem ambiciona longos anos,
Cem ou mais,
Tem medo conspícuo da morte,
De cessar os olhos a realidade lúbrica,
Essa que nos encanta.
Santo Deus, que mal
Nos imputa tua poderosa destra
Para que nossos olhos fatigados
Contemplem tanta injustiça?
Fecha os meus olhos, peço-te,
Ao amadurecer da existência minha
E que seja pequenino
O ar que me alimenta
Da minha mocidade
Aos setenta.